domingo, 28 de fevereiro de 2010

É casto esse recanto da tua mente,
Logo esquecido detrás de qualquer pensamento,
É gélido esse teu toque, como são frias as tuas palavras e a tua vida.

Quase te sinto os dedos esbeltos e frios a percorrerem-me a face,
Quase te permito mais um beijo antes que este sonho passe,
Quase te vejo sem o véu opaco do amor reflectido nos teus olhos
E disso que vislumbro não reconheço nada.

As palavras, amortalhadas em cetim e cânfora, perseguem-te.
São minhas e só eu conheço o seu intento.
Se o conhecer realmente.
Porque das palavras, sibiladas, enegrecidas,
Já pouco sei, já pouco vejo, e nada lhes transmito.

A vida que lhes conferi há muito que se extinguiu de mim
Tal como o calor que me trazias,
Há muito que dele só resta a cinza dessa chama que em ti ardia.