quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Buscas

Procurei através da catarse prometida pela ebriedade uma evasão...
Procurei, esse depurar das minhas lamúrias, dos meus medos
Como qualquer ancião, numa qualquer seita, procura uma fé que nunca o há-de iluminar,
Nem trazer a imortalidade, Nem tão meramente paz de espírito.

A busca premoniza apenas mais uma aflição. Mais não se reflita no espectro da frustração de nunca se alcançar o almejado,Mas ainda acresce a constante inquietação do próprio acto quase masoquista quando simplesmente não cedemos a parar de procurar.

Não alcancei a catarse prometida...
O álcool já me é conhecido nas veias como os efeitos narcóticos se cumprimentam com as sinapses neurais no meu cérebro.

Não me evadi...
As palavras continuaram a invadir-me e eu não lhes consigo bloquear passagem,
Acendo outro cigarro, outra batalha perdida contra o conforto de efeito placebo que me traz este travo de boémia...
Escondo-me na intelectualidade do fumo, do álcool, do jazz que escorre pelas paredes como se tentasse fugir da própria sala, quase tanto como eu...
Escondo-me e as lágrimas que me engasgam não transparecem.
Não consegui a catarse,
Mas ainda sou a mestre no que toca diluir sentimentos e guardá-los na espera da algibeira.