sábado, 25 de setembro de 2010

Antecedo os teus passos com a mesma ansiedade com que te desejo sentir.
Ouço-os já a cruzar a minha sombra, a alcançar o meu espaço...
A minha zona de conforto, fragilmente erguida, o meu recato interior à insanidade que grassa lá fora.
Trespassas esta propriedade com o mesmo à vontade com que partilhas a minha vida, e a minha mente... todos os dias.
Consigo sentir-te as dores, as mágoas, como se a tua carne vivesse dormente e latejasse premente debaixo da minha.
Como se nos tivéssemos fundido numa massa distinta, mas uniforme e coesa ao mesmo tempo.

Sinto-te.

Dedilho cada poro de ti com o mesmo reconhecimento de cada milímetro meu.
Partilho-te o pensamento mesmo antes de a necessidade te surgir.
E sorris-me, quando devia ser eu a estar grata por te ter.

Trespassaste o meu recato, invadiste a minha zona de conforto.
Sinto-me frágil e a minha vontade, antes firme e segura, é agora volátil perante um tu que me assola.
Não sei ainda lidar com isto.
Ainda não sei se é suposto lidar com isto.

Ou simplesmente ceder.

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