terça-feira, 5 de maio de 2009

Rasguei as páginas onde me escrevi
Com a mesma força com que me ergui deste pesadelo narcótico
Em que me enterrei num manto de terra volumosa e não volátil
Com a mesma vontade com que me sonhei melhor e não frágil

Regenerei-me de mazelas e sepultei os fantasmas
Cremei todos os cadáveres que emergiam na minha crosta de gente
Larguei as cinzas com o agitar de um cigarro
Apaguei as brasas com a última inalação de ópio que me dediquei

E a lucidez proveio de ti
E a sobriedade aufere-me uma nova luz
E a tua presença exaspera-me de felicidade
E tu, sorris-me como ninguém
E tu...
quedas-me de esperança renovada
E tu...
Moço, elevas-me a estádios de euforia quase perfeita

Consigo cheirar-te em mim.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Enlaço-te neste momento com a ebriedade do desejo punjente nos meus braços
Como se te pudesse envolver e assimilar por completo
Lambendo-te os lábios no mesmo fogo que me queima a alma e me crispa a pele
Sendo que te perdes neste enlace em frenesim de cores e sabores de carmim

Beijo-te a ponta das asas em reverencia a tudo o que és
Trazendo a mim alguma dessa grandeza de alma que te precede os sentidos
Acarinho-te na mesma ansiedade com que se abraça o ser que nos le os olhares e decifra os sorrisos
Que nos possui em cárneos devaneios por algo transcendente...

E elevamo-nos de tudo isto,
Não pertencemos aqui...
A vida não é aqui.