sábado, 21 de fevereiro de 2009

poesia

Tenho a poesia a sufocar-me.
Tomou a forma de um nó na garganta.
Infla-me o cérebro de modo a fazer-me desejar que implodisse em mil fragmentos.

Tenho a poesia a pender-me dos lábios,
Em itálico, em negrito, sublinhada a caprichos de surrealismo crónico.
Tenho-a presa a mim como um estado de transe
Frenético,
Histérico,
Que me adormece os membros e os músculos com a adrenalina de a querer viver tanto quanto a quero escrever.
Quero desenhá-la no papel,
Como se fosse arquitecta da sua existencia...
Ah! Que ousadia a minha!
Quando é ela que me desenha e me molda como o barro arenoso e imperfeitoda sua vontade.

Tenho a poesia a transbordar em mim,
E já não a consigo conter,
Pulula impaciente por uma brecha de luz neste breu onde a condiciono.
Arrepia-se em canções e muta-se com os meus sentidos.
Pinta-se de Sol por vezes, ilumina o que nem sempre vejo de forma límpida.
Outras vezes é a doença da nostalgia que exerce em mim...
No fundo, a poesia, não a posso expulsar de mim.
Tudo o que existe tem de ser provido de alma.

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