terça-feira, 28 de abril de 2009

Sentei-me no lancil do passeio e todos os passos que me antecederam calaram-se de som
Todos os ruídos que a rua vomitava em torno de mim desvaneceram-se neste momento, e fiquei só,
Com o meu cigarro a queimar-me os lábios, sentada no lancil do passeio,
á espera de ter a força e a vontade de me erguer.
á espera de ter um motivo para me levantar e deixar a minha sombra esquecer-se do passado.
á espera de uma mão que me erguesse.
Mas ela nunca me foi estendida...
E nesse momento, em que os sons se calaram, no momento em que me partilhei com o chão,
Tão perto como se me fundisse com o calor do asfalto e os cheiros da rua,
Os cheiros do mundo que realmente vive e respira, dissociado da minha existencia,
Letárgica, obsoleta,
Nesse momento senti-me morrer lentamente,
Desejando que nunca ninguém me sentisse a falta,
De modo a sempre permanecer aqui,
No lancil do passeio, onde os ruídos se calam e a minha sombra se esquece de mim.

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