sábado, 8 de maio de 2010

Não preciso de mil anos do teu tempo,
Não preciso dos mil sorrisos,
Não consigo retê-los, não consigo corresponder-lhes.

Não quero prender-te em mil abraços,
Não quero sufocar-te a alma
Não quero que me tenhas em cuidados
Não quero ser-te mais que o que sou

Não preciso dos mil anos, da lua, dos sorrisos, dos abraços
Não necessito das borboletas, dos beijos, dos cuidados
Não preciso.
Não os quero.
Não os mereço.

Há muito que a criança que fui deixou de morar aqui
Há muito que as ilusões que te dei deixaram de me reflectir
Há muito que deixei de me reconhecer ao espelho,
Apesar das vitórias, das concretizações, das alegrias...

Há muito que não me sinto, não me sou
Que o tempo nada me diz,
Que os vampiros se extinguiram da luz
Que as borboletas ficaram em pó guardadas na gaveta
Que beijos, os sorrisos, os abraços,
Deixaram de me aquecer como antigamente...

Há muito que mil anos não me são nada.
Há muito que no meu passado não soa o eco dos meus passos...


Há muito que não sou.


04/11/08

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