Porque fazemos isto?
Por que motivo irracional nos mutilamos desta forma?
As palavras tomam forma de sabres afiados,
O que nos une transforma-se, é irremediável a sua mutação.
A cada disparo que nos permitimos,
A cada olhar gélido, cheio de uma raiva contida, insensata, cruel,
A cada silêncio dedicado, imponente e quase sempre audível,
Morremos um pouco, separados, lambemos as nossas feridas e fingimos que está tudo bem.
Mas estas marcas não douram com o sol,
Não desvanecem com o esticar da pele,
Com o adocicar dos sentidos.
Sinto cada um destes sulcos na minha carne a latejar.
Tanto como se a própria alma sangrasse pelos olhos tudo o que magoa cá dentro.
É fresco o sabor a cobre que teima em prevalecer das minhas feridas.
Não irão sarar.
E tu sabe-lo tão bem quanto eu,
Não tem remendo este rasgo na nossa alma.
sábado, 8 de maio de 2010
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