sábado, 8 de maio de 2010

Parte,
eleva-te do sonho voraz que te criei,
emerge do solo estéril que com o meu pesar pavimentei.
Levo-te a memória no beijo arremessado ao céu azul,
entregas-me a passo quedo esse semblante pesado...
Não te sei ler.
Já esqueci o alfabeto cravado na tua pele.
Já perdi a noção do verbo que me ensinaste a conjugar.
Já não recordas quem foste, quem eu fui.
E eu, eu já não me tenho para te dar.
Foste,
o afoguear da minha face num pensamento teu,
o amanhecer com ânsia de um entardecer...
o passo apressado, trôpego, em que corria para te ver.
Foste,
a minha pressa de crescer...

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